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5ª Edição do Laboratório Vagalume: Cinema Negro na Escola

 PROGRAMA DE ALFABETIZAÇÃO AUDIOVISUAL DISCUTE CINEMA NEGRO E RACISMO NA ESCOLA

 


 Projeto que em 2020 completa 12 anos de atividade, o Programa de Alfabetização Audiovisual lança
no próximo dia 10 de setembro uma nova ação de formação dirigida a professores
e professoras, o curso Cinema Negro na
Escola
. Realizada através de uma parceria entre a UFRGS e Cinemateca
Capitólio, com financiamento da Secretaria da Diversidade Cultural do Governo
Federal, a iniciativa busca apoiar professores que buscam alternativas para
oferecer a seus alunos atividades pedagógicas relacionadas ao cinema durante o
período de isolamento provocado pela pandemia do novo coronavírus. A atividade integra
as ações do Laboratório Vagalume,
espaço de formação de professores mantido pelo Programa de Alfabetização Audiovisual e voltado para a reflexão sobre o cinema e a educação.

O curso Cinema
Negro na Escola
foi desenvolvido pela equipe do Programa de Alfabetização
Audiovisual como uma resposta à crescente onda de indignação provocada por uma
série de episódios recentes de violência contra a população negra, todos eles
com grande repercussão: a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, do
adolescente João Pedro, no Rio de Janeiro, e do menino Miguel, em Recife. Embora
não sejam fatos novos, a proximidade e a extrema barbárie relacionada a essas
mortes fizeram com que o debate sobre o racismo ganhasse uma dimensão até então
inédita, e consequentemente alertassem para a necessidade urgente de levá-lo
para o âmbito da escola. Em função da pandemia, trata-se de uma ação de
formação virtual, que propõe aos professores e alunos uma discussão sobre o
racismo através da apresentação de filmes brasileiros de curta-metragem, em sua
ampla maioria dirigidos por cineastas negros. São três programas, pensados para
três faixas etárias distintas de estudantes. Os professores inscritos na
formação têm acesso ao link dos filmes, e também a conversas do programador responsável
pela seleção dos filmes com seus diretores e outros convidados.

Por acreditar que o enfrentamento ao racismo deve se
dar em todas as frentes, e entender que a escola é um dos primeiros espaços
onde ele se manifesta, a equipe do Programa de Alfabetização Audiovisual
decidiu dar total protagonismo a filmes realizados por diretores e diretoras
negras. São títulos assinados por representantes do novíssimo cinema negro
brasileiro, como Gabriel Martins, Juliana Vicente, Vinícius Silva, Juliana
Balhego e Safira Moreira, que tratam das questões da infância e da juventude,
valorizam a história e as tradições africanas e refletem sobre os diferentes
momentos da vida escolar numa perspectiva de enfrentamento do preconceito
racial e da importância da representatividade. Neste recorte, a curadoria optou
também por evitar filmes com representações explícitas de violência,
privilegiando tramas em que as relações humanas, o afeto, a solidariedade e a
criação artística se apresentam como uma alternativa de resistência contra a
violência e a discriminação. 

Além do acesso aos filmes e das três conversas
gravadas com seus diretores e outros convidados relativas a cada um dos módulos,
o PAA disponibilizará aos inscritos no curso Cinema Negro na Escola uma série de textos, críticas, sugestões de
bibliografia e outras indicações de filmes que abordam o tema do racismo.

Todas as ações de formação de professores do Programa
de Alfabetização Audiovisual são gratuitas e oferecem certificado de
participação. As inscrições podem ser feitas através do link https://forms.gle/ro8QTij8PnkAYcJS9 até o dia 10/09.

Para mais informações, o PAA está nas redes sociais: 

Facebook Programa de Alfabetização Audiovisual
Instagram @alfabetizacaoaudiovisual
Twitter @paa_audiovisual
blog alfabetizacaoaudiovisual.blogspot.com
e-mail alfabetizacaoaudiovisual@gmail.com

 

 

PROGRAMAÇÃO

 

 Programa 1 (para professores de Ensino
Médio e EJA) – 10/09

 O
programa apresenta quatro curtas brasileiros, e é acompanhado por uma conversa entre os
diretores Vínícius Silva e Juliana Balhego, a psicóloga Andressa Moraes, o
crítico de cinema Marcus Mello e a coordenadora do Programa de Alfabetização Audiovisual,
Maria Angélica Santos.

Nada, de Gabriel Martins (Brasil, 2017, 28 minutos)

Bia
acaba de fazer 18 anos. O final do ano se aproxima e com ele, o ENEM. A escola
e os pais de Bia estão pressionando para que ela decida em qual curso vai se
inscrever. Bia não quer fazer nada.

 Quantos Eram pra Tá?, de Vinícius Silva (Brasil, 2018, 25 minutos)

As
experiências de três estudantes universitários negros na USP revelam a presença
do racismo estrutural na sociedade brasileira.

 Quero Ir para Los Angeles, de Juliana Balhego (Brasil, 2019, 19 minutos)

Maria
é uma jovem universitária negra que decide fazer sua primeira viagem
internacional e o destino escolhido é Los Angeles. Mas o esforço próprio nem
sempre é suficiente quando as condições não são igualitárias.

 Travessia, de Safira Moreira (Brasil, 2017, 5 minutos)

Utilizando
uma linguagem poética, o curta de Safira Moreira parte da busca pela memória
fotográfica das famílias negras e assume uma postura crítica e afirmativa
diante da quase ausência e da estigmatização da representação do negro.

 

 

Programa 2 (para professores de Ensino
Fundamental) – 17/09

 O
programa inclui quatro curtas brasileiros, e é acompanhado por uma conversa
entre o diretor Adriano Monteiro, as atrizes Jhenyfer Lauren e Dani Ornelas, a
professora Daniela Gil, o programador e crítico de cinema Marcus Mello e a
coordenadora do Programa de Alfabetização Audiovisual, Maria Angélica Santos.

 Cores e Botas, de Juliana Vicente (Brasil, 2010, 16 minutos)

Joana
tem um sonho em comum ao de muitas meninas durante a década de 80, ser uma
paquita da apresentadora Xuxa. Sua família é bem sucedida e apoia a menina.
Porém, Joana não é branca, e nunca se viu uma paquita negra no programa da
Xuxa.

Guri, de Adriano Monteiro
(Brasil, 2019, 12 minutos)

Victor
é um menino de 12 anos que sofre preconceito na escola e sonha em vencer um
campeonato de bolinha de gude do seu bairro.

 Disque Quilombola, de David Reeks (Brasil, 2012, 13 minutos)

Crianças
do Espírito Santo conversam de um jeito divertido sobre como é a vida em uma
comunidade quilombola e em um morro na cidade de Vitória, mostrando suas raízes
e revelando suas semelhanças.

 Deus, de Vinícius Silva (Brasil, 2017, 25 minutos)

A
partir de um verso do compositor Emicida, “Deus é uma mulher negra”, o curta
acompanha a rotina de Roseli, retratando o cotidiano de uma mulher negra da
periferia da cidade de São Paulo, que batalha para garantir seu sustento e,
especialmente, o de seu filho.

 

Programa 3 (para professores de Educação
Infantil e séries iniciais de Ensino Fundamental) – 24/09

 O
programa inclui três curtas brasileiros de animação, e é acompanhado por uma
conversa entre os diretores Reinaldo Sant’ana, Jamile Coelho e Chia Beloto, o
professor Gabriel Junqueira Filho e o programador e crítico de cinema Marcus Mello.

 Histórias de Yayá, de Reinaldo Sant’ana (Brasil, 2018, 7 minutos)

Yayá,
uma heroína atemporal, conta sua captura na África e sua viagem no porão de um
navio negreiro, onde, depois de um momento de banzo em que desejou a morte, foi
salva por Iemanjá e recebeu a missão de testemunhar e contar toda a história do
povo negro na África e Américas.

 Òrun Àiyé: A Criação do Mundo, de
Jamile Coelho e Cíntia Maria (Brasil, 2016, 10 minutos)

Avô conta para sua neta a história da criação do mundo
e dos seres humanos, a partir de lendas da cosmogonia africana, neste curta
realizado com a técnica do stop motion.

 Fazenda Rosa, de Chia Beloto (Brasil,
2017, 15 minutos)

Curta
de animação sobre a obra do poeta e compositor pernambucano Erasto Vasconcelos.
O universo do artista é recriado de forma encantadora pela diretora Chia
Beloto, que usa diferentes técnicas de animação para dar vida aos bichos do dia
e da noite, aos peixes do rio, aos pássaros, aos bichos do mangue, às árvores e
suas frutas, às cantigas de roda e aos personagens presentes nos versos de
Vasconcelos.

  

Encontro final de encerramento e troca
de impressões em plataforma online – 01/10